Acho que comecei a ler com uns 5 anos de idade. Acho que foi isso, porque dias desses eu peguei uns desenhos que fazia com 6, 7 anos e já tava escrevendo muito bem pra idade.
O que não consigo me lembrar é o que eu comecei a ler em quadrinhos.
A única coisa que lembro é que tinha muita coisa do Recruta Zero, Tin Tin, Asterix, Turma da Mônica (claro, como toda criança brasileira) e Disney! Na verdade, uma caralhada de revistas da Disney!
Eu não sei exatamente quando começou minha preferência pelas hqs da Disney, mas lembro de ser uma coisa da qual eu viajava muito mais do que qualquer outra! Histórias inesquecíveis como a do Pato Donald contando a história de Marco Polo e tantas outras de personagens que curtia como Tio Patinhas, Peninha, Pateta, Mancha Negra e Lobão (gostava dos vilões também) e dos sobrinhos escoteiros do Donald, Luizinho, Huguinho e Zezinho, que também tinham histórias cheias de aventura e ensinamentos... acho que era isso que me atraia tanto!
Histórias com conteúdo!
Coisas para se aprender sobre a própria História. Do modo deles, lógico, mas bem próximo do real. Ou elas acabavam te instigando a procurar saber sobre o que eles estavam contando.
Enfim, o objetivo desse post aqui é falar sobre UM personagem em especial. Um de vários, que o visionário Walt Disney e seus talentosos desenhistas e escritores criaram... Um dos que eu mais curtia: O papagaio brasileiro Zé Carioca!
Era algo que eu não identificava muito com minha realidade e por um bom tempo uma imagem preconceituosa se estabeleceu para mim em relação aos cariocas. Fiquei imaginando por anos que os cariocas eram folgados, malandros e não curtiam trabalhar. Assim como o Zé era!
E parece que isso nunca foi problema para os cariocas, muito menos para os brasileiros.
Conforme você vai crescendo, você vai reconhecendo algumas coisas ali que incomodam um pouco...
Mas é uma história tão rica que esse personagem tem! Um tempo atrás, quando eu estava voltando de viagem da Bahia, resolvi comprar uma revista do Zé Carioca para relembrar algumas boas histórias da infância! Justamente uma que comemorava os 75 anos do personagem!
Tinham todas as fases dele no Brasil e, o mais interessante, que entre as décadas em que a revista era separada, um pequeno resumo do que estava acontecendo no país. Achei uma ideia massa demais dos editores, até porque ficou meio com a impressão de que eram as opiniões de quem estava escrevendo aquilo. Peço desculpas de não mencionar o nome dos editores que escreveram esses resumos, pois não estou mais com a revista aqui comigo, acabei passando para frente, para o tiozinho que vigia os carros no meu trampo, porque ele me disse que gostava muito do personagem.
Voltando... todas as fases estão lá. A saudosa década de 70 e 80. Décadas que mais acompanhei as histórias do Zé, com criações do talentoso Renato Canini, que passava uma Vila Xurupita muito mais próximo da realidade das favelas do que os "gringos" que provavelmente nunca tinham visto uma!
Foi muito bom rever os personagens tão emblemáticos como a Associação de Cobradores do Zé, a ANACOZECA, (aliás, criada por Canini), seu melhor amigo Nestor (o corvo "flamenguista", pelo menos, o que eu sempre achei que fosse), o Pedrão e suas criação de jacas, a namorada Rosinha (a periquitinha cabeçudinha, que me remetia sempre a Jack "Kennedy" Onassis, não sei por quê), entre outros. Gostava muito desse cenário todo...
Além de ter contato com o Morcego Verde na mesma época de estar lendo HQs do Batman!
Lá na revista estavam também as enfraquecidas histórias da década de 90 e as mais recentes e sofríveis histórias da década de 2000 em diante, das quais não tinha muito conhecimento e que me desagradaram bastante. =(
O que mais me incomodou é que o personagem perdeu totalmente sua essência nessa última reformulação. Por que colocar aquelas roupas? Tênis modernete no papagaio pra quê?! Bonézinho pra trás? Roupa larga no melhor style "totally mano"?
Isso influenciou até no seu comportamento. Agora o Zé "se acha" o espertão, malandrão... como o pior que tem no brasileiro. Deve até estar ouvindo funk, aquele porra! =)
E uma coisa que não saia da minha cabeça era:
- "Cara, esse Zé Carioca tá muito Didi Mocó!"
Diz aí, o que os roteiristas estão fazendo com o personagem?
Será que isso vende no Brasil?
É isso que a molecada tá curtindo hoje?
Que tipo de exemplo estão passando com o personagem?
Mi mi mi meu? Pode ser. Talvez... mas na era do politicamente correto, o personagem só consegue patinar nos argumentos, concordam?
Está preso ao querer mostrar o correto, mas ainda assim quer ser o malandro. Uma bipolaridade que a meu ver não está funcionando de forma correta. Um carro onde é preciso toda hora puxar o freio de mão e correr a mais de 100.
E a diferença de abordagem dele em tempos passados é muito visível, então acho que não tô viajando... Ou tô?!
Me incomodou num tanto que resolvi fazer uma reformulação nas características do personagem!
Mas aí, só vou colocar o novo estilo, a nova roupa que criei pra ele, que pensei para que o personagem volte às origens e se mantenha moderno.
Se alguém quiser saber como ele se comporta agora, pede pra Disney entrar em contato, me contratar pra escrever os novos roteiros das revistas que eu conto! =D
Próximo post (porque esse ficou muito comprido) apresento pra vocês o Novo Zé Carioca!
Se estiver muito na curiosidade, acesse a página do Gaveta de Projetos no Facebook, curta o novo desenho do Zé e sua roupitcha nova e se os acessos estiverem favoráveis, antes da semana que vem o post com mais desenhos da atualização do personagem estarão aqui!
Até lá!
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